A lua…
Muitos mitos giram em torno dela tal qual ela se move à nossa volta.
Símbolo de feminilidade e fertilidade foi alvo, desde cedo, da atenção dos mortais.
Na mitologia celta representa a mãe tríplice ou deusa mãe e cada uma das suas fases corresponde a uma mulher. (imagem anexa representa a mãe tríplice celta) Todas as crenças celtas são principalmente ligadas ao poder da natureza e da mulher, símbolos de vida e de morte. A lua personifica então a trindade feminina da donzela (crescente lunar que representa a virgindade e a delicadeza), da mãe (lua cheia com o ventre carregado de vida) e da anciã (quarto decrescente que desaparece na noite escura e representa a sabedoria e o poder). A lua nova é Morrígan, é a deusa da guerra que sobrevoa os campos de batalha sobre a forma de corvo, do destino e da morte.
Da lua surge assim a ideia de ciclo de vida presente em todos os seres. É ela que comanda as marés e é com ela que vemos o tempo passar: o fim e inicio de mais um ano, de mais um mês, de mais uma noite, na nossa breve existência. Um ciclo. Anuncia a chegada da escuridão envolvendo todos os mortais numa aura de mistério e apreensão.
O misticismo que a envolve despertou, não só a adoração, mas também o medo.
Os ritos lunares foram, muitas vezes, associados a actos de magia obscuros. Feiticeiras e lobisomens surgem em noites de lua cheia e despertam o pânico nas povoações.
Na idade média muitas mulheres foram perseguidas e condenadas à fogueira, acusadas de cultos sombrios ligados à feitiçaria. Muitos homens foram torturados e julgados sob falso testemunho mas, inundados pelo fervor religioso, todos o consideravam como necessário ao fim do paganismo, para que se guardasse “a pureza da fé”.
O homem demonstra, mais uma vez, a necessidade de criar lendas e mitos, em redor daquilo que adora ou teme, seja transformando-o em deus e motivo de veneração ou personificando-o em terrores que o assombram.