16
Fev 09

 

 

 

A lua…

Muitos mitos giram em torno dela tal qual ela se move à nossa volta.

Símbolo de feminilidade e fertilidade foi alvo, desde cedo, da atenção dos mortais.

 

Na mitologia celta representa a mãe tríplice ou deusa mãe e cada uma das suas fases corresponde a uma mulher. (imagem anexa representa a mãe tríplice celta) Todas as crenças celtas são principalmente ligadas ao poder da natureza e da mulher, símbolos de vida e de morte. A lua personifica então a trindade feminina da donzela (crescente lunar que representa a virgindade e a delicadeza), da mãe (lua cheia com o ventre carregado de vida) e da anciã (quarto decrescente que desaparece na noite escura e representa a sabedoria e o poder). A lua nova é Morrígan, é a deusa da guerra que sobrevoa os campos de batalha sobre a forma de corvo, do destino e da morte.

 

 

Da lua surge assim a ideia de ciclo de vida presente em todos os seres. É ela que comanda as marés e é com ela que vemos o tempo passar: o fim e inicio de mais um ano, de mais um mês, de mais uma noite, na nossa breve existência. Um ciclo. Anuncia a chegada da escuridão envolvendo todos os mortais numa aura de mistério e apreensão.

 

O misticismo que a envolve despertou, não só a adoração, mas também o medo.

Os ritos lunares foram, muitas vezes, associados a actos de magia obscuros. Feiticeiras e lobisomens surgem em noites de lua cheia e despertam o pânico nas povoações.

Na idade média muitas mulheres foram perseguidas e condenadas à fogueira, acusadas de cultos sombrios ligados à feitiçaria. Muitos homens foram torturados e julgados sob falso testemunho mas, inundados pelo fervor religioso, todos o consideravam como necessário ao fim do paganismo, para que se guardasse “a pureza da fé”.

 

O homem demonstra, mais uma vez, a necessidade de criar lendas e mitos, em redor daquilo que adora ou teme, seja transformando-o em deus e motivo de veneração ou personificando-o em terrores que o assombram.

 


15
Fev 09

 

Todos os dias esperamos uma aurora e um crepúsculo. Todos os dias esperamos que o sol acorde, nos ilumine e se deite dando lugar à misteriosa lua que irrompe por entre as trevas. O movimento e a beleza dos astros, desde cedo exerceram um grande fascínio sobre os homens. Ao observar o ciclo dos céus o homem acreditou encontrar-se no seu centro, uma posição privilegiada que lhe permitia mostrar o seu poder. Sendo o homem uma obra divina, seria de esperar que lhe fosse conferido este poder.

O geocentrismo é aceite desde a antiguidade grega. Defendido por vários filósofos da época, um deles e mais conhecido Aristóteles, predominou no pensamento humano durante alguns séculos, e mesmo após ter sido refutado por matemáticos como Copérnico apenas se tornou falso muitos e muitos anos depois.

 

A 15 de Fevereiro de 1564 nasceu em Pisa, Itália aquele que iria destronar as ideias geocentristas dando origem ao maior avanço de sempre no conhecimento do universo – o heliocentrismo.

Para além de desenvolver estudos sobre queda de corpos, movimento de projécteis e pêndulos, irrigação e hidrostática, Galileu Galilei foi o primeiro homem a olhar o céu através de instrumentos ópticos como as lunetas o que lhe permitiu descobrir as montanhas da lua, os satélites de Júpiter, os anéis de Saturno e estrelas da Via Láctea.

Após muitos anos a observar o céu verificou também que Vénus possuía fases tal como a lua.

Se o sol e Vénus girassem em volta da terra como ditava o geocentrismo, o planeta apresentaria sempre o mesmo tamanho aparente e seria avistado a qualquer hora da noite em qualquer posição do céu. No entanto Vénus nunca se afasta muito do sol podendo ser visto à tarde ou de madrugada, para além disso o planeta aparentava ser muito maior perto da fase nova do que na cheia.

Assim concluiu que a Terra não poderia ocupar o centro dos céus. No seu lugar estaria uma estrela, o sol, e os restantes corpos celestes girariam à sua volta.

Embora este constituísse o argumento mais sólido da teoria já defendida por Copérnico anteriormente, não se formara ainda uma prova irrefutável. No entanto tornara-se evidente que estas novas formas de interpretar a Terra e o que a rodeia entravam em contradição com a doutrina de Aristóteles.

Tal como tantas outras inovações científicas, o heliocentrismo foi abafado pela igreja pois não ia de encontro aos dogmas até então impostos.

Galileu chegou mesmo a ser preso e julgado pelas suas ideias tendo sido obrigado a abdicar da sua teoria. No entanto o seu orgulho era maior do que a repressão por isso conta-se que ao sair do julgamento Galileu afirmou “Eppur si muove!” (Contudo, ela move-se!).

No decorrer dos séculos a austera igreja continuou convicta na sua posição tendo apenas absolvido Galileu Galilei a 1999.

 

Por mais que o tempo avance e a sociedade se diga mais liberal, a ciência permanecerá a arqui-inimiga da religião.

 


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