21
Mai 09

 

Odin, pai dos deuses nórdicos e senhor da guerra, era também o deus do conhecimento. Conhecimento e sapiência levam ao poder e por isso Odin tinha fome de sabedoria. Conversava com profetas, reis, filósofos e todos aqueles que lhe pudessem aumentar a sua erudição. Para além disso possuía dois corvos – Hugin, que significa pensamento e Munin, que significa memória – que todos os dias voavam pelo mundo em busca de novidades voltando ao anoitecer ao trono do seu mestre para lhas contarem.

Odin sacrificaria tudo por conhecimento… mataria até, se isso lhe garantisse o alargar de horizontes.

 

Segundo a mitologia nórdica existe uma árvore colossal (um freixo) que serve de eixo ao mundo, é Yggdrasil. Está localizada no centro do universo. Na parte mais alta, onde se pode tocar o sol e a lua, jaz a cidade dourada (Asgard) que é a Terra dos deuses e Valhala, o local onde os guerreiros vikings eram recebidos após a morte honrosa nas batalhas. Nas frutas de Yggdrasil estão guardadas as respostas às grandes perguntas da humanidade e por isso são guardadas pelas valquírias e apenas os deuses lhes têm acesso. As suas folhas têm o poder da vida podendo ressuscitar e curar qualquer doença. O tronco, Midgard,  é o mundo material dos homens e as suas raízes profundas estão situadas em Niflheim, os mundos subterrâneos.

 

Odin descobriu a existência de um poço do conhecimento, uma fonte de sabedoria, nas raízes de Yggdrasil, local guardado por Mimir. Mas beber daquela água exigia um preço… preço que Odin estava disposto a pagar! Assim, Odin deu um dos seus olhos em troca de um gole de pura gnose.

A troca do olho pela visão…dar o olho para conseguir ver… não existe maior paradoxo! Mas mostra a ânsia de conhecimento que o Deus tinha e representa, como todo o mito, o próprio homem. A sofreguidão de saber que o homem tem, a curiosidade, a vontade de ir mais além, de descobrir, de compreender…

 

Com o passar dos tempos esta curiosidade nossa característica não estagnou, tomou sim proporções inimagináveis. A ambição e procura desmedida para a conquista do infinito quebra quaisquer limites…

 

 

 


08
Jan 09

“São as potências do invisível, o mito (…), a lenda, a chama que desce a iluminar o herói, são essas potências que, fecundando a realidade, tornam a vida digna de ser vivida, ou, melhor, transformam a existência, mero vegetar, em vida, quer dizer, promessa do que não há, perseguição do Impossível, grandeza de alma insatisfeita.”

COELHO, Jacinto do Prado; Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa. Editora Verbo (4ª edição); Lisboa 1973.

 

 

Segundo a Mitologia Grega…

…o mundo nasceu de um ovo - um ovo de prata posto no caos pela deusa da noite, Nyx!

 

“In the beginning, before anything else ever was, and when all was empty darkness, Nyx, the birth of night with great black wings, flew alone.

 

In the vast blackness she laid a gleaming egg in which she had hidden the precious seed of life. As time passed the seed grew until the egg burst, and out of it emerged Eros, the god of love – a beautiful youth holding a lighted torch.

 

He broke his shell into two halves. One half rose upwards to form the sky; the other sank below to form the earth. Eros named the sky Uranus – Father Heaven; To Mother Earth he gave the name Gaia.

 

From the sky, then, come the rain – making rivers, lakes and seas, and giving life to the green plants that sprang from the earth.

 

Earth and Heaven were first parents and they gave birth to all gods.”

 

 

Segundo a Mitologia Nórdica…

 

No inicio existia o mundo das névoas (Niflheim) e o mundo do fogo (Musphelhein), e entre eles, um grande vazio (Ginungagap). Nesse vazio, encontraram-se o fogo e a névoa e formaram um grande bloco de gelo que derreteu pela força do fogo eterno e deu origem a um gigante (Ymir) e a uma vaca (Audumbla).

Ymir dormiu durante muitas eras e o seu suor deu origem aos primeiros gigantes. Da vaca, jorrava leite que daria origem a quatro grandes rios que serviriam de alimento a Ymir. Para se alimentar, a vaca lambeu o gelo mas ao fazê-lo deu forma ao primeiro deus – Buro, pai de Borr.

Os Filhos de Borr destroçarm o corpo do gigante Ymir e a partir dele criaram o mundo. As montanhas surgiram dos seus ossos, do seu crânio surgiu o céu e do seu cerebro as nuvens, as árvores foram formadas pelos seus cabelos e o mar pelo seu sangue. As estrelas e os corpos celestiais nasceram de fagulhas de Musphelhein, o fogo.

As estações, os dias e as noites, o tempo, surgiram depois pelas mãos dos deuses.

 

 

Segundo a religião católica…

 

“No princípio, Deus criou os céus e a Terra. (…) Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. (…) Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho. Ele abençoou o sétimo dia e consagrou-o, porque nesse dia repousara de toda a obra de criação. Tal é a história da criação dos céus e da Terra.”

 

 

 

Muitos outros povos e suas culturas e religiões poderiam ser aqui citados e seriam muitos e diferentes os mitos da origem do mundo.

Estes mitos surgiram porque o homem tem a necessidade de compreender o que o rodeia, de lhe dar um significado. Teme o desconhecido e por isso procura dar.lhe um sentido, dar.lhe um nome… Quando a resposta parece impossível na sua condição temporal, o homem adiciona algo transcendente à realidade, acrescenta-lhe o fantástico.

 

No entanto, a ciência evolui, a técnica evolui. O homem encontra-se cada vez mais preparado para descobrir o mundo tal como ele é, descodificar os misterios do universo sem ter de se apoiar em deuses e heróis.

O Big Bang, a teoria do átomo primitivo, a teoria do universo pulsante… vêm tentar tomar o lugar dos deuses e quase desvanecem os mitos. Quem sabe se, amanha ou depois, descobriremos uma outra estrela? Quem sabe se, amanha ou depois, uma outra verdade destronará as de hoje? 

 

Ainda assim, a lenda, a chama, o mito, permanecem e permanecerão pois o homem, mais do que racional, é sensivel e tem a necessidade de sonhar…

 


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